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Revista Educação Pública - Os projetos pedagógicos como recurso de ensino


De acordo com Dewey, a escola é uma instituição social que deveria associar os conteúdos de ensino com as situações vivenciadas de forma integrada, articulando com os fazeres na sociedade; ou seja, a escola deveria ir além de apenas ensinar ou transmitir conteúdos, mas promover um processo de aprendizagem baseado no cotidiano do estudante, pois assim a construção do conhecimento se tornaria mais prazerosa para ele. É nítido que o trabalho com projetos no contexto escolar, seja interdisciplinar ou mesmo por disciplina, se bem executado, por mais trabalhoso que seja, terá resultados mais satisfatórios; os estudantes aprenderão mais e melhor, uma vez que estão sendo estimulados a ser agentes construtores do conhecimento. A adoção de projetos (Edwards, Gandini e Forman, 1999; Cadwell 1997; Katz e Chard, 1997) como estratégia de organização do trabalho infantil permanece como retórica, em decorrência das condições de trabalho: a relação de um adulto para trinta a quarenta crianças inviabiliza a saída de pequenos grupos para a pesquisa de temas do projeto; dificuldades de ordem material e financeira; falta de continuidade do trabalho pela inexistência de tempo diário de planejamento e acompanhamento das atividades nos contratos dos profissionais e uso intenso das salas, em três turnos diários.


Artigos pedagogicos - Os itens destinados às brincadeiras tradicionais, embora valorizados em documentos oficiais, acabam tendo presença pouco significativa nas unidades infantis (Kishimoto, 1992, 1993, 1998b; Canholato et al., 1990; Filgueiras, 1998).


Aspectos históricos da Pedagogia de Projetos

Toys and pedagogical materials at schools for children - Armário 3, 4 e 5 instrumentos musicais de percussão e bandinha (reco-reco, chocalho, triângulo, flauta, guiso, coquinho, sino, castanhola, coco) há em média oito instrumentos para cada um dos itens (usados geralmente no fim do ano para fazer bandinha em alguma apresentação para os pais).


O principal objetivo da articulação dos conhecimentos incide no rompimento da fragmentação disciplinar, na aplicação na prática e na percepção da articulação dos saberes escolares com os demais saberes que fazem parte do cotidiano. Hernández e Ventura (1998) denominam como "projeto de trabalho" o elemento integrador na construção do conhecimento que sobressai do formato de educação tradicional, sustentado na transmissão dos saberes selecionados por um professor. A organização do trabalho por projetos não é uma metodologia estática, mas uma forma diferenciada de perceber e refletir sobre a escola e sua função social. As pastas de trabalhos semestrais produzidos pelas crianças de 4 anos contêm: folhas de papel com exercícios de escrita do nome do aluno, desenho livre, poema mimeografado, colagem com recorte de revistas, folha de papel com montagem de palito de sorvete, papel e barbante sobre tema de festa junina, composição com mistura de tons de guache, cópias de números, pintura de pirâmide contendo bolinhas, destinadas à atividade de matemática, folha de papel com desenho da gatinha incluindo música para pintar.



Os projetos de trabalho consistem numa metodologia diferenciada, que não deve ser confundida com mais um tipo de técnica de ensino. Ao contrário, eles trazem premissas fundamentadas nos estudos de Dewey, ampliados por Kilpatrick e atualmente disseminados por Hernández e Varela. A construção de um projeto pedagógico parte da concepção construtivista, sustentada na participação ativa dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem dos saberes escolares. Para sua efetiva aplicação, se faz necessária a coragem do professor de ousar a libertação do paradigma conceitual da escola tradicional para um ambiente interativo de aprendizagem, na relação entre professor e estudante como pessoas em construção, abertas para o aprimoramento e desenvolvimento dos conhecimentos, na contemporaneidade, aproveitando as contribuições das tecnologias presentes nas escolas para a prática educativa. O trabalho com projetos pedagógicos associa-se ao desenvolvimento do conhecimento globalizado e relacional, ou seja, na articulação dos conhecimentos escolares nas atividades de ensino, não de forma rígida e fragmentada, mas pensando na interdisciplinaridade (Hernández; Ventura, 1998). Os projetos de trabalho devem ser compreendidos como forma de os estudantes perceberem que o conhecimento não pertence exclusivamente a uma ou outra disciplina.


Influenciadores da Pedagogia de Projetos


Sá (1979), Pinazza (1989), Marson (1989), Pereira (1997), Veillard (1996), Kishimoto (1998a, 2001), entre outros, discutem os objetivos das escolas infantis brasileiras e a presença marcante de atividades destinadas à escrita e ao cálculo reforçadas pela reivindicação de pais e professores, reiterando os valores da sociedade para a reprodução dessa prática. Embora os Referenciais Curriculares de Educação Infantil e as Diretrizes Curriculares de Educação Infantil assinalem a brincadeira como um dos eixos da educação infantil e autores adotados em projetos pedagógicos, como Piaget (1978) e Vygotski (1988) erijam-na como atividade relevante e predominante na idade infantil, o brincar parece não ter espaço na rotina das escolas infantis paulistanas, exceto em ocasiões especiais, preparadas com grande esforço da equipe, portanto, sem continuidade e qualidade, pois a freqüência pressupõe a qualidade (Nóvoa, 1992; Formosinho, Oliveira-Formosinho, 2001). A disposição dos equipamentos do playground não prevê o espaço como elemento que integra o projeto pedagógico e oferece desafio e exploração. O equipamento separado, em áreas geralmente cimentadas, possibilita a execução de apenas uma função, como escorregar, subir, descer ou balançar. Os mais complexos, quando disponíveis, ficam isolados, sem uma configuração espacial que favoreça desafios e o imaginário, com morros e possibilidades de escalar, descer como tobogã. As áreas externas são planas, os morros e as irregularidades do terreno são eliminados sob o pretexto de segurança. A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação; e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares tem conhecimento próprio.


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